Etiqueta no Karate

Ao entrar ou sair de uma sala ou da área de prática, você pára, junta os pés e faz uma reverência em direção ao local da prática. Isso é freqüentemente descrito como uma prece ao dojo aonde você vai praticar bem e com energia. Se você não deseja fazer uma prece a uma estrutura de madeira ou cimento, faça uma pequena meditação para si mesmo. 

Você deixa o mundo exterior agitado e confuso e entra no mundo profundamente concentrado do dojo. Este é o primeiro passo, e é seguido por uma série de ações que lembram a você, em um nível subconsciente, que o que está fora deve ser deixado do lado de fora. 


 
Em um nível mais mundano, fazer uma parada antes de entrar na área de prática é apenas uma questão de bom senso. Entrar sem olhar pode fazer com que você seja atingido na cabeça por um objeto afiado.
                       
Reverência ao Shomen
Esta é uma reverência feita no início e no final de cada aula, dirigida ao ponto mais alto da sala, ou talvez em direção a uma fotografia, um texto, ou em direção a um santuário Xintoísta. A reverência é outro passo de transição do mundo exterior para o dojo. Também é um momento em que o aluno pode refletir sobre a história de sua arte, pois é aí que se expressa a gratidão ao fundador e aos mestres anteriores da arte. A reverência ao Shomen também serve para lembrar aonde ele fica, e isso é importante para a forma como você vai se movimentar no dojo.

Reverência ao Sensei
No início e no fim da aula, os alunos têm a chance de fazer uma reverência formal ao instrutor. Isso deve ser feito cuidadosamente e com completa atenção, pois é sua chance de demonstrar sua gratidão pela paciência e pela habilidade do Sensei. Isso demonstra seu desejo de aprender e seu pedido para receber suas instruções.
Diversas vezes durante a aula você terá a chance de agradecer ao instrutor pelo aconselhamento ou pela correção. Ao fazer esta reverência com completa concentração, certamente você estará atento ao que está sendo dito. É muito fácil simplesmente não prestar muita a tenção e dizer "obrigado", voltando a praticar de forma errada.

Reverência ao parceiro
Se você tem a oportunidade de trabalhar com um parceiro, vocês farão uma reverência um para o outro. Novamente, faça-a com cuidado e com total atenção. Você estará dizendo ao seu parceiro, “por favor, pratique comigo” e "agradeço por sua cooperação". Uma reverência descuidada levará a uma prática descuidada, o que pode ser um risco de acidentes se um aluno faz uma reverência enquanto o outro ataca.
Sempre se lembre que os alunos mais antigos e os instrutores podem dizer muito sobre a sua atitude pela forma como você observa a etiqueta do dojo.
Sapatos
Sapatos ou chinelos devem ser usados ao se caminhar para a área de prática, para se evitar alguma infecção, que poderia ser passada para seus colegas. Estes sapatos devem ser retirados ao entrar na área de prática e devem ser alinhados corretamente, apontando para fora do dojo. Eles devem ficar alinhados e fora do caminho para evitar que alguém tropece na sua bagunça. Eles devem estar alinhados e prontos para serem calçados para evitar confusões no final da aula e agilizar sua saída.
Ao deixar os sapatos de forma a ficarem prontos para serem calçados você demonstra que pretende prestar atenção e aprender. Se você não aprender, não pode sair.

Forma de Andar
Todos os movimentos no dojo devem ser feitos com completa atenção e controle, todo o tempo. É considerado rude balançar os braços ou ficar girando a cabeça, ou ficar olhando para tudo exceto para o que você deveria estar observando. Olhe para onde você está indo todo o tempo e você estará em segurança, bem como estará sendo educado.
Caminhar de forma educada e polida significa ser capaz de parar sem cair em qualquer ponto, estando com seu corpo sob controle. Se você vai passar por seus colegas que estão praticando, espere até que eles terminem, não os interrompa. Esta é uma regra de segurança também. Se você está passando por uma fila de alunos sentados, ande por trás deles, não na frente, entre eles e o instrutor. Isso impediria a visão deles e você se exporia a um ataque. Na verdade, você os estaria provocando, para que eles o ataquem. Isso demonstra que você não está prestando atenção. Se você precisar passar na frente deles, estenda a mão direita e faça uma leve reverência para frente para se desculpar por estar lhes bloqueando a visão. Isso colocará sua mão ao alcance da visão deles antes que vejam seu corpo, assim eles terão a chance de evitar qualquer ato potencialmente perigoso.

Ao ficar de pé
Quando você está de pé, é uma falta de educação se encostar na parede, ou colocar as mãos nos bolsos, cruzar as pernas ou ficar de forma desmazelada. Todas estas proibições vão evitar que você se mova para uma posição que o exponha a um ataque ou a um ferimento. Seria uma paranóia acreditar que alguém vai se esgueirar por trás de você e atacá-lo, mesmo durante uma aula de arte marcial. Mas não é paranóico imaginar que alguém pode cair em cima de você, vindo por trás. Ao estar de pé de forma correta, você estará na melhor posição para evitar um perigo.

Ao se sentar
Você deve ser igualmente polido ao se sentar. No Japão é geralmente considerado rude e feio sentar com as pernas esticadas para frente. Pense nesse ponto fraco em termos de cultura ao se sentar com as pernas esticadas à sua frente durante a aula. Agora, pense o que aconteceria com seus joelhos se alguém caísse sobre eles durante a prática. Por outro lado, pense em como você se sentiria se alguém tropeçasse e se machucasse por sua causa. Novamente, a regra de etiqueta é igualmente uma regra de segurança. Seus braços e pernas devem sempre estar recolhidos e protegidos.

Armas
A maioria das regras de etiqueta no moderno Budo Japonês teve suas origens no uso e na prática com a espada. Com vários alunos usando suas lâminas afiadas ao mesmo tempo, certas formas de atitudes foram desenvolvidas pelo bem da segurança. Quando o espadachim saía do dojo, a necessidade de um código de procedimento que mantivesse as espadas dentro de suas bainhas era ainda mais óbvio. Na verdade, uma das desculpas para uma briga era a prática de saya ate, ou bater na bainha da espada de outra pessoa com a sua ao passar. Assim, passar pelo lado direito de outro espadachim se tornou uma coisa perigosa (e indelicada). Era necessário passar de forma que a espada do outro estivesse fora de alcance. Também se tornou um gesto de educação colocar sua espada a determinada distância em momentos específicos pois isso mostrava suas intenções, pacíficas ou não. O ato de tocar a lâmina de outra pessoa, ou mesmo passar sobre ela, não era apenas descortês, mas era também um ato de agressão.
A maioria das regras elaboradas para o manejo da Katana surgiu pela simples necessidade da manutenção do controle, bem como para demonstrar claramente aos outros que suas intenções eram pacíficas. 
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